terça-feira

Rio Capivari agoniza na área urbana de Campinas

Agência Anhangüera de Notícias
Gilson Rei
(Foto: Nerivelton Araújo/AAN)

Afluentes do Capivari são esgoto a ceu aberto

O trecho de 35 quilômetros do Rio Capivari existente em Campinas, um dos principais mananciais da cidade, apresenta um cenário desolador. A degradação é grande e o rio mais parece um esgoto a céu aberto. O Capivari necessita urgentemente de ações de conscientização e recuperação. O curso d’água foi percorrido pela reportagem do Correio no último dia 5, Dia Mundial do Meio Ambiente, desde o limite de município com Vinhedo até o Jardim Xangai, na região do Ouro Verde.

Além do lançamento de esgoto, existe muito lixo no leito e nas margens. A água suja e malcheirosa segue lentamente seu curso junto a objetos de todos os tipos, incluindo sofás, móveis, restos de veículos, entulho e materiais de construção.

A poluição indica a contaminação de hortas e plantações. É comum perceber erosões provocadas pelo desmatamento e pela retirada de areia. O descaso é o mesmo nos afluentes, incluindo trechos nos jardins Novo Campos Elíseos, Capivari e no bairro Santa Lúcia. A erosão ameaça até casas.

Roseli Moreira Novaes, uma das moradoras do bairro Santa Lúcia, disse que aguarda a canalização desse trecho, prometida pelo prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto Capivari (ETE-Capivari), em março deste ano. “A obra foi prometida, mas já se passaram três meses e a única ação foi o depósito de rochas nas margens do córrego”.

A mesma situação de agressão foi vista no afluente do Jardim das Roseiras, próximo à Avenida Brasília: no lixo acumulado, um grande sofá, roupas, entulho e sacos de lixo. O cenário também se estende ao Jardim Xangai, onde outro sofá estava emperrado no leito, em um pilar do viaduto próximo à Avenida Ruy Rodriguez.

Em resumo, a situação atual do manancial é semelhante ao quadro mapeado há três anos pelo Departamento Municipal de Meio Ambiente (DMA). Na ocasião, uma expedição de técnicos utilizou um bote para percorrer o curso d’água.

Ao todo, 40 pontos foram demarcados no percurso. A degradação foi identificada em 33 pontos. O nível de poluição foi avaliado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e o resultado foi o pior possível: Classe 4, recomendada apenas para a navegação, conforme os padrões estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

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