Cidades
Vereadores retornam com foco nas eleições
Dos 33 parlamentares, 32 tentam se manter no cargo e um quer ser prefeito
Rose Guglielminetti
Milene Moreto
DA AGÊNCIA ANHANGÜERA
rose@rac.com.br
milene@rac.com.br
Os 33 vereadores de Campinas retornam hoje do recesso de julho e a previsão é que o foco dos parlamentares não esteja nas pautas das sessões ordinárias, mas sim na disputa dos votos dos eleitores. A expectativa de que a temperatura das reuniões se mantenha baixa é demonstrada pelo número de candidatos à reeleição: 32 dos atuais 33 parlamentares tentam se manter na mesma cadeira conquistada nas eleições de 2004 e, para isso, irão gastar boa parte dos próximos meses tomando café e batendo papo com o eleitorado. Apenas o vereador Paulo Bufalo (PSOL) busca alçar outros vôos e quer ocupar o lugar do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT).
Da atual legislatura, 12 parlamentares irão tentar o segundo mandato. Outros nove, caso eleitos, cumprirão a terceira legislatura. Quatro deles vão para as urnas em busca de serem eleitos para o quarto mandato e seis querem ter a autorização dos eleitores para o quinto. Um deles, Tadeu Marcos Ferreira (PTB), está em franca tentativa de ser escolhido pela sexta vez como vereador de Campinas.
A perspectiva é de que projetos polêmicos sejam incluídos na pauta apenas após as eleições de outubro. Um deles, que altera os salários dos parlamentares e do prefeito pelos próximos quatro anos, provavelmente será analisado somente depois do final da corrida nas urnas. O presidente da Casa de Leis, Aurélio José Cláudio (PDT), afirmou que a Mesa da Câmara não apresentará o projeto. “Pelo regimento, a Mesa só poderia propor a matéria até o dia 30 de junho e isso não ocorreu”, afirmou. Porém, o pedetista alertou que ainda há uma chance de o projeto ser apreciado, caso a Comissão de Constituição, Legalidade e Redação protocole a matéria até o dia 20 de dezembro, último dia do recesso de fim de ano.
Os vereadores campineiros recebem hoje R$ 6 mil e o prefeito R$ 8,3 mil. De acordo com a Lei Orgânica do Município (LOM), os subsídios dos parlamentares só poderão ser alterados a cada quatro anos mediante projeto aprovado em plenário.
A vereadora Marcela Moreira (PSOL) disse que analisou a pauta desta semana e que tudo permanece tranqüilo. “Os trabalhos já estão muito tranqüilos e em boa parte da sessão só existem projetos de denominação de nomes de rua, praças e entrega de diplomas. Acredito também que haverá discussões sobre os vetos, mas a Câmara deve trabalhar para aprovar projetos do Executivo”, afirmou a vereadora.
Aurélio, porém, acredita que o processo eleitoral não irá prejudicar o trabalho legislativo. “Sei que estamos retornando num momento difícil em função do processo eleitoral, mas não acredito que influenciará o processo legislativo”, disse ele. A pauta de hoje tem 12 itens, sendo cinco projetos de nomes de ruas e um de concessão de título de cidadão campineiro. Os demais vão de concessão de alvará de funcionamento provisório para pequenos comércios a vetos totais do prefeito.
Acostumado com a rotina da Câmara em ano de eleição, o vereador mais antigo em exercício na cidade, Tadeu Marcos Ferreira (PTB), que tenta agora o seu sexto mandato, acredita que a volta das sessões será de expediente normal. “É época de trabalho e o eleitor está atento. Acredito que não teremos muitas ausências até mesmo por causa da TV Câmara. Quando estive à frente da Presidência, atingi o menor índice de ausência. Acho que agora não será diferente. Também acho que o nosso atual presidente, Aurélio Cláudio, deveria seguir a determinação da Câmara Federal de descontar o dia no salário do vereador que faltar à sessão”, aconselhou.
Quem também acredita que a proximidade das eleições não deve alterar os trabalhos do Legislativo é o vereador Dário Saadi (DEM). “Qualquer diminuição do trabalho joga contra a Câmara. É preciso se organizar com responsabilidade para conseguir tocar a rotina nesse período. É uma preocupação continuar trabalhando porque os eleitores estão atentos, porque temos regras e também a TV Câmara que permite ao eleitor fiscalizar os trabalhos dos seus vereadores e candidatos”, disse Saadi.
Marcela também avalia que os escândalos, como o de funcionários fantasmas, que atingiram o Executivo e o Legislativo campineiros já refletiram na decisão do eleitorado de conhecer melhor os candidatos que devem ocupar as cadeiras do Legislativo. “Muitas pessoas comentaram comigo nas ruas os escândalos da Câmara. Eles sabem. Os eleitores não são bobos”, comentou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário